quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Breve diálogo entre o teólogo brasileiro Leonardo Boff e o Dalai Lama.

Leonardo Boff explica:

"No intervalo de uma mesa-redonda sobre religião e paz entre os povos,
na qual ambos (eu e o Dalai Lama) participávamos,
eu, maliciosamente, mas também com interesse teológico,
lhe perguntei em meu inglês capenga:
- "Santidade, qual é a melhor religião?" (Your holiness, what`s the best religion?)
Esperava que ele dissesse:
"É o budismo tibetano" ou "São as religiões orientais, muito mais antigas do que o cristianismo."
O Dalai Lama fez uma pequena pausa, deu um sorriso, me olhou bem nos olhos
- o que me desconcertou um pouco, por que eu sabia da malícia
contida na pergunta - e afirmou: "A melhor religião é a que mais
te aproxima de Deus, do Infinito".É aquela que te faz melhor."
Para sair da perplexidade diante de tão sábia resposta,
voltei a perguntar:
- "O que me faz melhor?"
Respondeu ele:
-"Aquilo que te faz mais compassivo" (e aí senti a ressonância tibetana, budista,
taoísta de sua resposta), aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado,
mais amoroso, mais humanitário, mais responsável... Mais ético...
A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor religião..."
Calei, maravilhado, e até os dias de hoje
estou ruminando sua resposta sábia e irrefutável...
Não me interessa amigo, a tua religião ou mesmo se tem ou não tem religião.
O que realmente importa é a tua conduta perante o teu semelhante, tua família, teu trabalho, tua comunidade, perante o mundo...
Lembremos:
"O Universo é o eco de nossas ações e nossos pensamentos".
A Lei da Ação e Reação não é exclusiva da Física. Ela está também nas relações humanas. Se eu ajo com o bem, receberei o bem. Se ajo com o mal, receberei o mal.
Aquilo que nossos avós nos disseram é a mais pura verdade: "terás sempre em dobro aquilo que desejares aos outros".
Para muitos, ser feliz não é questão de destino. É de escolha.

Pense nisso.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Tantas coisas são bem maiores

Será que sempre lastimamos por coisas que realmente importam? Será que nãao temos uma tendência a exagerar, quando lidamos com sentimentos negativos, como o medo, a raiva, a culpa, a tristeza? As vezes sinto que lastimamos por coisas, reclamamos, e cultivamos esses sentimentos negativos, deixando-os prolongar por um bom período de tempo, sendo que na verdade poderíamos ter aproveitado esse tempo de maneira bem mais positiva, estando felizes e nos divertindo. Temos uma tendência de prolongar dentro de nós, de cultivar a "permanência", dos sentimentos negativos, sendo que eles poderiam ter sido apenas momentâneos, se utilizassemos a força interna que possuímos, seja ela mental ou espiritual. Por um lado, ter sentimentos negativos é importante, eis que fazem parte da natureza humana, e nos servem de defesa, de alerta. Mas por outro, por que nos apegamos tanto a eles? Porque nos atraimos em mantê-los dentro de nós, tão desnecessariamente?

Quando vocês tiverem um sentimento negativo, tentem entender a causa, porque ele é tão ampliado quando ocorre, e porque estamos deixando-os permanecer tanto tempo dentro de nós. Assim que conhecermos as causas, perceberemos o quanto é desnecessário a sua permanência. Quando vocês tiverem um sentimento ruim, que faça mal, que seja destrutivo, sentem em um lugar com privacidade, fechem os olhos e tentem olhar para dentro de sí mesmo. Sinta o seu coração batendo e sinta cada vez uma amorosidade por você mesmo dentro do seu peito. Sinta essa amorosidade crescer e crescer. É dificil, mas experimente. Vocês verão este sentimento diminuir e diminuir, principalmente, se houve, de um certo modo, um exagero em mantê-lo. Para ajudar, imaginem ao mesmo tempo uma luz bem forte, bem brilhante, da cor roxa. Como se fosse uma chama que irradia e irradia luz. Sintam a tranquilidade que essa luz traz para dentro de você. Olhe para dentro de você e perceba o quanto você é um ser maravilhoso e que não deve deixar que coisas tão pequenas do seu dia a dia deixem estes sentimentos permanecer dentro de você. Você é um ser constituido por Luz, há luz dentro de você! Olhe, veja, e principalmente sinta, mais do que qualquer outra coisa.

Paz e luz no seu interior.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

“SEJA VOCÊ A MUDANÇA QUE QUER VER NO MUNDO"

Dalai Lama disse isso. Que pura verdade. Reclamamos tanto de tudo e de todos, de que o mundo está um caos, tudo de cabeça para baixo… Mas, por outro lado, será que estamos fazendo alguma coisa para mudar isso? Se analisarmos todos os campos das nossas vidas, onde lidamos com as pessoas e com o meio ambiente, será que estamos realmente fazendo a nossa parte, e assim poderíamos então, exigir um mundo melhor, bem como, lamentarmos do mundo em que vivemos? Será que não podemos passar a fazer as coisas de uma maneira melhor, da maneira que queremos que façam conosco? Será que estou tratando o pessoal do meu trabalho de uma maneira digna e por isso posso reclamar da maneira que me tratam? Ou será que tenho uma atitude egoísta porque parto do princípio que os outros assim o são e eu não quero ser trapaceado? Será que estou tratando meus familiares e meus amigos com a atenção que eu queria que eles me dessem? Será que não reclamo que eles não me procuram, mas ao mesmo tempo também deixo de procurá-los? E no trânsito, será que estou realmente sendo gentil, da maneira que gostaria de ser tratado? Será que sou prestativo com as pessoas na rua, para querer que elas estejam sorrindo para mim o tempo todo? E as ruas, tão sujas, e o descaso com o meio ambiente... Será que eu realmente estou fazendo algo por ele, como pelo menos reciclar meu lixo? E a miséria no mundo, basta lamentarmos?

SERÁ QUE EU POSSO COBRAR TANTO? Não é verdade que, sem muito esforço, poderia fazer um pouco mais, e com mais pessoas fazendo, tomando assim, consciência da sua importância no todo, não estaríamos vivendo num mundo mais digno?

O mundo é o resultado de nossas condutas individuais refletidas no todo. E é por isso que a mudança deve partir de cada um, de dentro para fora e não de fora para dentro.

Paz e luz interior